não, não tem problema, pode tirar o sapato.

(senta aí. tem coca na geladeira e cuca de quechimia no forno)

segunda-feira, 26 de junho de 2006

sem título

Há noites que se faz em sonhos. Sonhos absurdamente desejáveis e infinitamente impossíveis. No amanhecer se fazem lágrimas e realidade. E o mesmo teto em que dormimos, é aquele em que acordamos. Preciso transpor paredes e abrir janelas. Meu despertador não me desperta, antes, me traz à rotina. O despertar está distante e não se faz em sons agudos quando seis horas do seu dia já se foram sem me ver. Quero chorar em outro canto e cantar pra outro choro. Molhar outro em travesseiro e molhar um outro sexo. Quero um café queimando a língua e a língua queimando um peito. Ser sua falta de sono, seu andar na madrugada. Ser um sonho distante na cabeça dum desconhecido. Ser a falta de nexo embaixo de dois lençóis. Uma realidade menos morta e um sonho. Um pouco mais. Vivo.

7 comentários:

Bettie Pernoca disse...

QUE LINDO LI.. VC ESCREVENDO ESSAS COISAS.. LINDO..

JÁ JÁ RESPONDO TEU MAIL..

PRECISO TE DIZER QUE ESTOU MUITO FELIZ.. PAPAI DO CÉU ESTÁ NO COMANDO DAS NOSSAS VIDAS E ISSO ME DEIXA ASSIM..

Madame disse...

Que bom minha linda. Já não era sem tempo.
Me escreve e conta tudo.

Beijo. Boa semana pra você.

kingthere disse...

Confesso que arrepiei até os cabelos sobre os quais não se comenta. É isso aí, de vez em quando é bom umas chacoalhadas em nós mesmas.

Abraço e boa semana.

Cris disse...

nossa, minha filhota agora é poeta. adorei! bjs

Sr. Brandão disse...

Bom texto, bom texto, qualquer coisa que eu comentasse a mais seria irrelevante.

Bruno disse...

Curti a parte do: "Sonhos absurdamente desejáveis e infinitamente impossíveis".

Profundo...

BÓRIS AFONSO disse...

Sr. Bruno, está achando essa frase perfeita, porque não prestou a devida atenção na parte que diz:

"Ser sua falta de sono, seu andar na madrugada."