sábado, 9 de janeiro de 2010
apenas para me lembrar dela.
após uma conversa nada simples, tomamos uma decisão mais difícil ainda: deixar minha bichinha partir. após 17 anos em minha vida, essa cachorrinha que foi pura força, amor e alegria, me deixou debulhada em lágrimas desde às 8 horas deste sábado.
é tão difícil cuidar de uma coisinha que não sabe dizer o que está sentindo. é tão difícil ver aquilo que você ama, envelhecer, sofrer, definhar... a gente fica tão impotente! e este poder que temos de decidir entre a vida e a morte de um ser vivo, é tão assustador para mim. nunca vou saber se fiz a coisa certa. e ainda, será que a gente tem o direito de fazer essa escolha, mesmo com o bom intuito de apagar o sofrimento, ou se livrar do egoísmo de manter a vida só para adiar a nossa própria dor com sua ausência?
só sei que me culpei o dia todo por ter tido a coragem de dizer "faça o serviço", mas não ter conseguido acompanhá-la nos últimos momentos, que não devem ter sido fáceis. não consegui estar ao seu lado durante os três minutos de eutanásia. tudo acabou com ela me olhando do colo do médico e eu indo embora...
perdão pela covardia, meu amor.
e aos incapazes de compreender amores desses tipos, tenham uma boa vida, cuidem dela e me deixem cá com a minha.
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15 comentários:
Lili, nem tenho palavras. Sinto muitíssimo, muitíssimo. Não se culpe, ela com certeza teve uma ótima vida e se sentiu muito amada.
Força aí.
Lili, que tristeza. Mas você fez o melhor para ela. Eu já tive que tomar esta decisão uma vez. Foi a decisão mais difícil, mais triste, mas foi necessária. Meu cachorro Ravel, um pastor belga de 8 anos, estava com displasia crônica, os tratamentos não funcionavam mais. Ele sofria muito. Procurei vários veterinários e nenhum me dava opções de tratamentos que de fato poderiam funcionar. Eu não aguentava mais ver o meu Ravel sofrer tanto, ele tinha dores terríveis. Eu não acompanhei o procedimento. Não tive coragem. Até hoje sofro ao lembrar disso. Mas seria muita crueldade deixá-lo viver no meio de tanto sofrimento. Sei que ele descansou, como a sua cadelinha descansou. Fica bem , Lili.
beijo
Lili, meu Brutus mandou uma lambida bem molhada pra vc e disse que quando vc quiser pode vir que ele faz uma festa sem fim pra te alegrar...
Eu nem consigo imaginar o que é estar em seu lugar agora, na verdade nem quero, porque esses bichinhos entram em nossas vidas e ocupam um espaço tão grande, nos consome, nos faz sentir importantes e se tornam família sim. Não há como negar. Força, querida. 17 anos foi uma vida bem longa e pelo carinho com que fala dela, bem feliz tb!
Beijo!
Lili, meus mais sinceros sentimentos. Sinto muito pela perda de um membro importante da sua família (é isso que eles são, digam o que disserem).
Pense que ela viveu por 17 anos! Em termos caninos, isso a torna quase uma recordista.
Vou rezar por ela hoje.
Querida, sei exatamente o que está sentido e compartilho sua dor. Sei o quanto é difícil colocarmos o nosso coração de lado e tomarmos atitudes racionais quando essas envolvem pessoas (e nesse campo incluo cachorros, gatos e qualquer outro bichinho de estimação, pois só quem já teve sabe como é) que amamos e que fazem nossa vida ter mais sentido. Num espaço de um pouco mais de 1 ano, tive que autorizar a eutanásia de meu amigão de 13 anos que estava com câncer e orar a Deus para dar descanso a minha mãe que já sofria à 20 dias em um CTI (ela foi para perto dele em 30/12/09). Por isso sei o que está sentindo e entendo seu sentimento de impotência mas saiba que não há prova de amor maior do que "abrirmos mão" de convivermos com um ente querido se isso significar para ele descanso e paz.
Tenho certeza de que todos os 3 estão saltitando e brincando agora num lugar muito melhor e mais bonito do que esse em que estamos agora. E que fique só a saudade...
Meu bem...
Nossa, fiquei com os olhos cheios de lágrimas aqui. Realmente, ela foi incansável ao teu lado, até o último minuto.
vocês todos são maravilhosos!
mil beijos carinhosos em cada um, incluindo o brutus! =)
O que dá para perceber, pelo teu texto, pelo olhar dela na foto, é que ela teve uma vida maravilhosa. Cheia de amor, amizade e momentos bacanas.
Particularmente, eu não tenho dúvidas de que acabar com o sofrimento, seja de quem for, é um ato de generosidade, empatia, compaixão. Tenho certeza que, enquanto ela te olhava, o que ela sentia era uma enorme gratidão, amor e alívio.
Lili, sei exatamente o que é isso. Há seis meses, tivemos que tomar essa mesma decisão. Nosso Dimitri teve dois AVC's e estava ceguinho e sem os movimentos das patas.Estava sofrendo muito. A ultima lembrança alegre que tenho dele foi quando meu pai construiu uma espécie de carrinho pra ele se movimentar pela casa. Ele andou por alguns metros, ficou muito feliz. Mas depois disso piorou. A saudade é muito grande,ainda choramos pela falta, mas concordo com a Helen: "..não há prova de amor maior do que "abrirmos mão" de convivermos com um ente querido se isso significar para ele descanso e paz."
Guardemos as boas lembranças dos nossos bichinhos.Tenho certeza que foram inúmeras.
Um beijo e um abraço forte, Flor!
oh, minha flor. eu, que conheci a tua cã, sei o quão doce e meiga ela era. sou perfeitamente capaz de entender a tua dor e me solidarizar com ela. qdo penso na samara e na vidinha dela, às vezes me sinto egoísta, achando que não vou conseguir suportar uma separação entre a gente. mas sempre é bom pensar que para ela foi um descanso. e ela foi muito amada, muito, muito mesmo por você e por todos que moram aí, que eu sei. fique com o meu carinho sempre. muitos beijos
Quase nunca digo alguma coisa por aqui, mas acho que, em um momento difícil como esse, até as palavras de uma estranha devem trazer algum tipo de conforto.
Sei bem o que tu está sentindo, pois já passei por isso também, e sei também que, mesmo que tu entenda que fez a coisa certa, o sentimento de impotência, por não poder evitar a partida de um ser tão querido, dói e ainda vai doer por algum tempo.
A única coisa que tu deve manter em mente é que foram 17 anos felizes e que, onde quer que ela esteja, ela está em paz.
Fique bem.
Juliana
Lili,
Eu sei exatamente o que é isso. Meu beijo carinhoso. Fica bem.
beijos em todas, novamente...
e o negocio é realmente deixar de ser egoista: "quem me deu 17 anos de muito carinho e purissima alegria [nao ha nada no mundo que possa ser mais doce, eu acho], não pode me deixar assim."
meu anjinho já está num lugar melhor e aos poucos eu vou aceitando.
beijos.
ai meu deus do céu, nem me fale... eu vejo a luta da minha, dia a dia... está definhando já... vira e mexe vai parar no vet... toma remédio pra pressão e tem um defeito em uma válvula no coração...
choro só de pensar que um dia eu terei que decidir assim também... e o pior, chego a sonhar com ela morrendo em meus braços... é terrível...
a minha vai fazer 11 anos... e me pergunto se terei coragem ou se darei uma de egoísta... toda vez que preciso correr pro médico, me sinto egoísta... mas, peço ao papai do céu, o que tiver que ser, que seja melhor pra ela, afinal... ele deve proteger os animais também...
:'(
sei que a dor passa e que ficam as lembranças boas... mas demora né?
que passe logo e que você sempre se lembre dos bons momentos ao lado dela...
beijos...
marcelo, muito obrigada pelo seu texto. concordo muito contigo sobre o quanto nos tornamos melhores quando sabemos amar um cão.
fana, olha, o que eu mais me perguntei durante este ultimo ano em que ela realmente ficou pior, foi isso: sera que estou sendo egoista?
mas acho que ela mesmo me deu sinal de que ja era hora. durante duas noites, mesmo sedada [esperavamos que ficasse tranquila] ela nao dormia, chorava, queria andar, e so sossegava se ficasse no meu colo. e dormia no meu colo. era so durante a noite, pois de dia ela ficava ok. mas precisava tomar soro e, ela, um cão que NUNCA CHORA, entrou em desespero ao tomar o soro. recuperou uma força que quase me jogava pra longe dela qdo tentava segura-la. detalhe: ela tinha só 6kg, era pequena.
eu tive que optar, depois que o doutor viu os orgaos comprometidos: vou traze-la para o sofrimento de ficar no soro todos os dias e deixar que ela viva o sofrimento de chorar e se desesperar durante o horario de sono, só para te-la por perto por mais uns dias?
eu tambem sonhava, e queria muito que ela morresse tranquila em meus braços... não deu. e como ela sempre foi extremamente inteligente [era um cão absurdo, juro para voce], resolvi entender o seu chilique de dois dias como um "basta".
tirando a culpa, a enorme culpa que sinto por não te-la acompanhado durante a eutasania, acho que no fim das contas fizemos a coisa certa.
força com sua bichinha. beijos!
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